sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Maratona do Porto

A estreia em Maratona de estrada.

Desde que corro, sonho em realizar a Maratona. Não uma maratona qualquer, a Maratona onde tudo começou.

No ano 490 a.c Feidípedes correu cerca de 40 km entre o campo de batalha de Maratona até Atenas para avisar aos cidadãos da cidade da vitória dos exércitos atenienses contra os persas e morrido de exaustão após cumprir a missão.

Desde que calço os ténis de corrida muita coisa mudou. A minha paixão pela trail runing veio aumentando de dia para dia e o entusiasmo pelas provas de estrada tem vindo a diminuir exponencialmente.

Não estou preparado para fazer um grande tempo na prova, não tenho feitos muitos km em estrada e os que faço só por uma vez passaram os 27 km, o que é realmente muito pouco para quem ambiciona completar a prova rainha do atletismo.

Lembro-me da minha estreia na meia maratona estava ansioso e cheio de vontade de alcançar a meta.

Hoje nada disto se passa, estou tão tranquilo como num dia de treino e sinto-me mal com isso.

Enquanto atleta tenho que estar sempre com a ficha ligada, a viver ao máximo todos os momentos e desafios que me proponho.

Esta minha apatia deixa-me chateado.

Hoje para tentar que o bichinho tome conta dos meus pensamentos decidi escrever para me sentir mais nervoso e tentar criar um objectivo e um compromisso tão grande como a prova de domingo.

O amigo Simão parecia estar a adivinhar esta minha angustia e durante a semana enviou através do youtube o video:


A amizade é mesmo assim!

Dei comigo a pensar, quantos amigos tenho que já fizeram uma Maratona? 

Não amigos que a corrida me apresentou, amigos que tenho desde sempre, desde a infância, juventude, universidade?

Um, tenho um amigo que é Maratonista, o Luzio que é o meu companheiro da corrida.

Ora bem, se eu tenho um, os meus amigos, esses tais, de sempre, também têm um, alguns nem isso.

Por isso tenho que fazer o meu melhor e ligar a ficha o mais rápido possível, que isto não é só ir ao Porto fazer 42km e vir para casa como se nada fosse.

Nã não, o grupo dos Maratonistas merece mais respeito do que o que tenho tido até então.

Xico da Boina abre a pestana e faz o favor de dar às pernocas!

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Corrida Sporting – Uma corrida especial

Hoje, faz exactamente 2 anos que comecei a correr. Tudo começou na 2ª edição da Corrida Sporting, 14-10-2012.

Bem, não foi exactamente neste dia que comecei a correr, antes já o fazia. Corria para apanhar o autocarro, para atravessar a rua, para ir a casa de banho num momento difícil, para fugir da chuva,para não chegar atrasado as aulas, esta parte é mentira, mas fica bem dizer :)

E o que eu corria para não perder um segundo de um jogo do Sporting!? Parecia mesmo o Obikwelu a fazer aqueles sprints que só ele sabe!

Desde que me lembro que corro e nem sempre gostei.

Certo dia era eu uma criança com uns 5/6 anos, estávamos a passar férias na Figueira da Foz. Num dos passeios nocturnos levava pela trela o cão da prima Nelinha, o Pinóquio. Adorava aquele cão. Não sei que se passou, mas o bicho fez um daqueles sprints do Obiwelu e não estava a contar com aquilo, tropecei em algo e lá fui eu de cara ao chão.

Levantei-me e olhei para o Pinóquio e vi que ele também estava triste com o episódio. Nada de especial, nem sequer me lembro se fiz algum arranhão.

Quando era criança fazia imenso desporto e o atletismo não era excepção. Sempre que havia uma prova na Covilhã e/ou arredores lá ia com os amigos a representar o CCD do Rodrigo (ex CPT do Rodrigo).

Era uma festa, pura diversão. Nem sequer ambicionava tempos ou lugares, corria por brincadeira e convívio. Já soube que há umas quantas fotos desses tempos, em breve vou resgata-las!

Passado mais de 20 anos, voltei a participar numa prova de atletismo.

2ª Edição Corrida do Sporting, 14-12-2012.

Nos meses que antecederam a prova, comecei a preparar-me para conseguir acabar os 10 km. Não foi nada fácil, corria 15 minutos e ficava completamente de rastos, só de imaginar que tinha 10 km pela frente até me causava suores. Lembro-me que na véspera estava tão ansioso que mal consegui dormir.

Lá estava eu e a Inês junto ao Estádio de Alvalade prontos para a minha estreia. Tínhamos o dorsal e chip e nem sequer sabíamos como usar aquilo. O dorsal era fácil, tinha o nome de cada um, este é meu, este é teu. O chip para colocar nas sapatilhas… ui, que é isto? Como se põe? Sei lá, ata aos atacadores e está a andar. Pois é, tal foi o mau jeito que acabamos por trocar os chips.

Corri com o dorsal Francisco Freire e chip Inês Barradas! Bonito!
Durante a prova fui correndo a medo entre a multidão e a pensar, isto é espectacular!

Milhares de pessoas correndo entre o estádio de Alvalade e o Marques de Pombal, sem transito. Uma perspectiva da cidade bem diferente do que estava habituado.

Cruzei a meta ao fim de 59 minutos com o nome Inês Barradas na classificação. Fiquei super contente ao entrar no meu estádio e ter pessoas a aplaudir e a gritar SPORTING!


A historia a partir desse dia vocês já conhecem: um pé à frente do outro.

Actualmente não estou no meu melhor momento, ainda assim, terminei 17 minutos mais cedo que a 1ª prova em que participei.



PS – Quanto mais corro no asfalto mais gosto de correr nos trilhos.